mt-7
Julgar os outros
1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
Interpretação 1
Decerto observarás, em toda parte, desacordos, desentendimentos, desajustes, discórdias...
Junto do próprio coração, surpreenderás os que parecem residir em regiões morais diferentes. Entes amados desertam da estrada justa, amigos queridos abraçam perigosas experiências.
Como ajudar aos que nos parecem mergulhados no erro?
Censurar é fazer mais distância, desprezá-los será perdê-los.
É imprescindível saibamos socorrê-los, através do bem efetivo e incessante.
Para começar, sintamo-nos na posição deles, a comungar-lhes a luta.
Situemo-nos aos pés dos problemas em que se encontram e atendamos à prestação do serviço silencioso.
Se aparece oportunidade, algo façamos para testemunhar-lhes apreço.
No pensamento, guardemo-los todos em vibrações de entendimento e carinho.
Na palavra, envolvamo-los na benção do verbo nobre.
Na atitude, amparemo-los quanto seja possível.
Em todo e qualquer processo de ação, fortalecê-los para o bem é o nosso dever maior.
À frente, pois, daqueles que se te afiguram desnorteados, estende o coração e as mãos para auxiliar, porque todos estamos no caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso Divino Mestre, "com a medida com que tivermos medido nos hão-de medir a nós".
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 76
Interpretação 2
Viste o companheiro em necessidade e comentaste-lhe a posição...
Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa...
Usufrui conhecimentos superiores e feriu-te a sensibilidade por arrojar-se em terríveis despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem facilmente evitar...
Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas mãos...
Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-lo às alturas e prefere desconhecer as circunstâncias que o favorecem, mergulhando-se na sombra das atitudes negativas...
Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados sublimes, e emaranhou-se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças...
Tudo isso, realmente, podes observar e referir. Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-te de que te não é possível a imediata penetração no campo das causas.
Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito.
Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande as definições.
Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos acidentados.
Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de outro, já podemos auxiliar.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 179
Interpretação 3
A gentileza deve ser examinada, não apenas por chave de ajuste nas relações humanas, mas igualmente em sua função protetora para aqueles que a cultivam.
Não falamos aqui do sorriso de indiferença que paira, indefinido, na face, quando o sentimento está longe de colori-lo.
Reportamo-nos à compreensão e, conseqüentemente, à tolerância e ao respeito com que somos todos chamados à garantia da paz recíproca.
De quando em quando, destaquemos uma faixa de tempo para considerar quantas afeições e oportunidades preciosas temos perdido, unicamente por desatenção pequenina ou pela impaciência de um simples gesto.
Quantas horas gastas com arrependimentos tardios e quantas agressões vibratórias adquiridas à custa de nossas próprias observações, censuras, perguntas e respostas malconduzidas!. . .
O que fizermos a outrem, fará outrem a nós e por nós.
Reflitamos nos temas da autoproteção.
A fim de nutrir-nos ou aquecer-nos, outros não se alimentam e nem se agasalham em nosso lugar e, por mais nos ame, não consegue alguém substituir-nos na medicação de que estejamos necessitados.
Nas questões da alma, igualmente, os reflexos da bondade e as respostas da simpatia hão de ser plantados por nós, se aspiramos à paz em nós.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 47
Interpretação 4
“A caridade o a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e a outra não estiverem no coração, o egoísmo ai sempre imperará. Cabe ao Espiritismo faze-los,
penetrar nele.” Cap. 25, 8.
Sempre que possas, lança um gesto de amor àqueles que se apagam no dia-a-dia, para que te não faltem segurança e conforto.
Vértice não se empina sem base.
Banqueteias-te, selecionando iguarias.
Legiões de pessoas se esfalfam nas tarefas do campo ou nas lides da indústria para que o pão te não falhe.
Resides no lar, onde restauras as forças.
Dezenas de obreiros sofreram duras provas ao levantá-lo.
Materializas o pensamento na página fulgurante que o teu nome chancela.
Multidões de operários atendem ao serviço, para que o papel te obedeça.
Ostentas o cetro da autoridade.
Milhares de companheiros suportam obscuras atividades para que o poder te brilhe nas mãos.
Quanto puderes, como puderes e onde puderes, na pauta da consciência tranqüila, cede algo dos bens que desfrutas, em favor dos companheiros anônimos que te
garantem os bens.
Protege os braços que te alimentam.
Ajuda aos que te sustentam a moradia.
Escreve em auxílio dos que te favorecem a inteligência.
Ampara os ~que te asseguram o bem-estar.
Ninguém consegue ser ou ter isso ou aquilo, sem que alguém lhe apóie os movimentos naquilo ou nisso.
Trabalha a beneficio dos outros, considerando o esforço que os outros realizam por ti.
Não há rio sem fontes, como não existe frente sem retaguarda.
Na terra, o astrônomo que define a luz das estrelas é também constrangido a sustentar-se com os recursos do chão.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 85
3 E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
Interpretação 1
A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.
Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando.
Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da Ignorância e da inexperiência.
É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.
Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.
Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.
Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.
Aproveitemos o irmão de boa-vontade. na plantação do bem, olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida.
Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?
Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo. o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar se desfarão espontaneamente restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio. através da incessante renovação.
Fonte Viva - Emmanuel - 113
Interpretação 2
Habitualmente, guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas.
Exageremos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos...
A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
A beneficio de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.
No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
Aos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entrando nas sombras do preconceito que fugiria à luz do
Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho.
Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porem, era um companheiro mal conduzido que
buscaria em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Benção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 35
Interpretação 3
Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.
Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns nos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.
Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro:
que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte; que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto;
que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhe; que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum; que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou conduta que espose; que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não dispõe a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral; que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir. . .
Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 52
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
5 Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.
Certo, o cristão sincero nunca se lembrará de transformar um cão em participe do serviço evangélico, mas, de nenhum modo, se reportava Jesus à feição literal da sentença.
O Mestre, em lançando o apelo, buscava preservar amigos e companheiros do futuro contra os perigos da imprevidência.
O Evangelho não é somente um escrínio celestial de sublimes palavras. É também o tesouro de dádivas da Vida Eterna.
Se é reprovável o desperdício de recursos materiais, que não dizer da irresponsabilidade na aplicação das riquezas sagradas?
O aprendiz inquieto na comunicação de dons da fé às criaturas de projeção social, pode ser generoso, mas não deixa de ser imprudente. Porque um homem esteja bem trajado ou possua larga expressão de dinheiro, porque se mostre revestido de autoridade temporária ou se destaque nas posições representativas da luta terrestre, isto não demonstra a habilitação dele para o banquete do Cristo.
Recomendou o Senhor seja o Evangelho pregado a todas as criaturas; entretanto, com semelhante advertência não espera que os seguidores se convertam em demagogos contumazes, e, sim, em mananciais ativos do bem a todos os seres, através de ações e ensinamentos, cada qual na posição que lhe é devida Ninguém se confie à aflição para impor os princípios evangélicos, nesse ou naquele setor da experiência que lhe diga respeito. Muitas vezes, o que parece amor não passa de simples capricho, e, em conseqüência dessa leviandade, é que encontramos verdadeiras maltas de cães avançando em coisas santas.
Vinha de Luz - Emmanuel - 93
Peça, procure, bata
7 Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
Interpretação 1
“Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse Isentado do trabalho da inteligência, seu espírito
teria permanecido na infância, no estado de instinto animal.” - Cap. 25, 3.
Costumamos admirar as personalidades que se galardoam na Terra.
Tribunos vencem inibição e gaguez, em adestramento laborioso, aprimorando adição.
Poetas torturam versos, durante anos, transfigurando-se em estetas perfeitos, ajustando a emoção aos rigores da forma.
Pintores reconstituem os próprios traços, Centenas de vezes, fixando, por fim, os coloridos da natureza.
Atletas despendem tempo indeterminado, manejando bolas e raquetas ou submetendo-se a severos regimes, em matérias de alimentação e disciplina, para se garantirem nos a opulência da evidência.
Todos eles são dignos de apreço, pelas técnicas obtidas, à custa de longo esforço, e todos, conquanto sem intenção, traçam o caminho que se nos indica às vitórias da alma, porquanto existem campeonatos ocultos, sem qualquer aplauso no mundo, embora atenciosamente seguidos da Esfera Espiritual.
Se aspiramos a libertação da impulsividade que nos arrasta aos flagelos da cólera
e da incontinência, é forçoso nos afeiçoemos aos regulamentos interiores.
Tribunos, poetas, pintores e atletas terão lido e ouvido treinadores eméritos, mas, sem a consagração deles mesmos aos exercícios que lhes atribuíram eficiência, não passariam de aspirantes aos títulos que apresentam.
Assim também, no campo do espírito.
Não adquiriremos equilíbrio e entendimento, abnegação e fé, unicamente desejando semelhantes aquisições.
Não ignoramos que, em certos episódios da vida, não remediaremos a dificuldade com atitudes meigas e que surgem lances, na estrada, nos quais o silêncio não é a diretriz ideal; não desconhecermos que, em determinadas circunstâncias, a caridade não deve ser vasada em moldes de frouxidão e que o sentimento não é feito de pedra para resistir, intocável, a todos os aguilhões do desejo...
Entretanto, se aplicarmos em nós as regras em eu a eficácia acreditamos, sofreando impulsos inferiores, cinco, duzentas, oitocentas, duas mil, dez mil ou cinqüenta mil vezes, praticando humildade e paciência, pela obtenção dos pequeninos triunfos do mundo íntimo, que somente nós próprios conseguimos avaliar, conquistaremos o burilamento do espírito, encontrando a palavra certa e a conduta exata, nas mais diversas situais variados problemas.
Tudo é questão de início e o êxito depende da lealdade à consciência, porquanto exclusivamente aqueles que cultivam fidelidade à própria consciência é que se dispõem a prosseguir e perseverar.
Livro da Esperança - Emmanuel - 81
Interpretação 2
Prece é luz.
Serviço é merecimento.
Prece é luz.
Serviço é bênção.
Muitos irmãos rogam o auxílio do Céu trancando, porém, o coração ao auxílio em favor dos companheiros que lhes solicitam apoio e cooperação na Terra.
A evolução, no entanto, em qualquer território da vida, é entretecida em bases de intercâmbio.
O lavrador retém o solo e os elementos da natureza, mas se aspira a alcançar os prodígios da colheita deve plantar.
O artista possui a pedra e os instrumentos com que lhe possa alterar a estrutura, mas se quer a obra-prima há que burilá-la com atenção.
No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do apóstolo Mateus, no Evangelho, diz-nos Jesus: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á".
Em linguagem de todos os tempos isto quer dizer: desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão; empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e tê-loeis à vista; todavia é preciso combater o bom combate, trabalhar, agir e servir para que se vos descerrem os horizontes e as realizações que demandais.
Semelhantes princípios regem as leis da prece.
A oração ampara sempre; no entanto se o interessado em proteção e socorro não lhe prestigia a influência, ajudando-lhe a ação, a benefício dos seus próprios efeitos, de certo que não funciona.
Segue-me - Emmanuel - 78
8 Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
“Desta maneira, serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado
de acordo com o que hajas feito.- - Cap. 25, 3.
Deus auxilia sempre.
Observa, porém, o edifício ainda o mais singelo que se levanta no mundo.
Todos os recursos utilizados procedem fundamentalmente da Bondade Infinita. A inteligência do arquiteto, a força do obreiro, o apoio no solo e os materiais empregados constituem dons da Eterna Sabedoria, contudo, delineamentos da planta, elementos de alvenaria, metais diversos e agentes outros da construção não se expressaram e nem se arregimentaram no serviço a toque mágico.
0 lavrador roga bom tempo a Deus, mas não colhe sem plantar, embora Deus lhe enriqueça as tarefas com os favores do clima.
As leis de Deus protegem a casa, no entanto, se o morador não a protege, as mesmas leis de Deus, com o tempo, transformam-na em ruína, até que apareça alguém
com suficiente compreensão do próprio dever, que se proponha a reconstruí-la e habita-la com respeito e segurança.
Em toda parte, a natureza encarece o Apoio Divino, mas não deixa de recomendar, ainda que sem palavras, o impositivo do Esforço Humano.
A Criação pode ser comparada à imensa propriedade do Criador que a’usufrui com todas as criaturas, em condomínio perfeito, no qual as responsabilidades crescem
com a extensão dos conhecimentos e dos bens obtidos.
Não te digas, dessa forma, sem a obrigação de pensar, estudar, influenciar, programar, agir e fazer.
“Ajuda-te que o Céu te ajudará” - proclama a sabedoria. Isso, no fundo, equivale a dizer que as leis de Deus estão invariavelmente prontas a efetuarem o máximo em nosso favor, entretanto, nada conseguirão realizar por nos, se não dermos de nós pelo menos o mínimo.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 82
9 Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
Um pai terrestre, conquanto as deficiências compreensíveis da condição humana, jamais oferece pedra ao filho que pede pão.
Certamente que, em lhe examinando essa ou aquela solicitação, considerará os imperativos de tempo, circunstância, necessidade ou lugar.
Se o filho é ainda criança, não lhe entrega dinamite para brincar, porque o menino formule a rogativa ensopando-se de lágrimas; se o filho jaz perturbado, não lhe confere a direção da família, pelo fato de recolher-lhe petitórios comoventes; se o filho, por várias vezes, deixou a casa em ruína, por desperdício delituoso, não lhe restituirá, de pronto, o governo dos assuntos domésticos, só pelo motivo de se ver rodeado de súplicas; e, se o filho permanece atrasado no progresso escolar, não lhe autoriza regalos prolongados, unicamente porque lhe ouça enternecedores requerimentos.
Em hipótese alguma, aniquilará as esperanças dos descendentes, mas,no interesse deles próprios, lhe concederá isso ou aquilo, consultando-lhes a conveniência e a segurança, até que se ergam ao nível da madureza, responsabilidade, merecimento e habilitação, suscetíveis de lhes assegurar a liberdade de pedir o que desejem.
Isso acontece aos pais terrenos...
Desse modo, se experimentas desconfiança e inquietação, no ato de orar, simplesmente porque choras e sofres, lembra-te da compaixão e do discernimento que já presidem o lar humano e não descreias da perfeita e infinita misericórdia do Pai Celestial.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 166
10 Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?
12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.
Interpretação 1
A regra áurea recebe citações em todos os países.
Em torno dela gravitam livros, poemas, apelos e sermões preciosos.
Entretanto, raros se lembram do primeiro passo para que se desvele toda a sua grandeza.
Não podemos reclamar a ajuda dos outros. Antes, é justo prestar auxílio.
Não será lícito exigir a desculpa de alguém. Antes, é imperioso saibamos desculpar.
Convidados a compreender, muitos dizem “não posso”, e instados a auxiliar, respondem muitos “ainda não...”
Esquecem-se, porém, de que amanhã serão talvez os necessitados e os réus, carecentes de perdão e socorro. E, muitas vezes, ainda quando não precisem de semelhantes bênçãos para si mesmos, por elas suspirarão em favor dos que mais amem, à face das sombras que lhes devastam a vida.
Se um exemplo pode ser invocado, como bússola, recordemos Jesus.
O Mestre dos mestres faz o bem, despreocupado de considerações, alivia sem paga, acende a esperança sem que os homens lha peçam e perdoa espontaneamente aos que injuriam e apedrejam, sem aguardar-lhes retratação.
Veneremos, assim, a regra áurea e estendamos o espírito de amor de que se toca, divina; contudo, estejamos certos de que ela somente valerá para nós se lhe dermos a aplicação necessária.
O texto do ensinamento é vivo e franco :
“Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles.”
Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem' se adiante a fazê-lo.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 66
Interpretação 2
Roga a Deus te abençoe, mas concilia-te, cada manhã com todas as criaturas e com todas as coisas, agradecendo-lhes as dádivas ou lições que te ofertam.
Pede saúde, evitando brechas para a doença.
Solicita proteção, amparando os irmãos de experiência cotidiana, dentro dos recursos que se te façam possíveis.
Espera a felicidade, criando a alegria do próximo.
Procura as luzes do saber, distribuindo-as no auxílio aos que te rodeiam.
Busca melhorar o nível de conforto em tua existência material, apoiando os companheiros de Humanidade para que se elevem de condição.
Aguarda tolerância para as falhas possíveis que venhas a cometer; entretanto, esquece igualmente as ofensas de que te faças objeto ou as dificuldades que alguém te imponha.
Requisita a consideração e a simpatia dos semelhantes para que te harmonizes contigo mesmo; todavia, oferece aos outros a consideração e a simpatia de que carecem para que não lhes falhem o equilíbrio e a tranqüilidade.
Suplica o auxílio do Senhor, na sustentação de tua paz; contudo, não sonegues auxílio ao Senhor para que haja sustentação na paz dos outros.
A árvore se alimenta com os recursos do solo, produzindo fruto que não consome.
A lâmpada gasta a força da usina, deitando luz, a benefício de todos, sem enceleirá-la.
Entre a rogativa e a concessão está o proveito.
Afirma-nos o Evangelho que para Deus nada existe impossível, mas decerto que Deus espera que cada um de nós faça o possível a nosso próprio favor.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 56
Interpretação 3
“Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade resume todos os deveres do homem para com o mo,’. - Cap. X1, 4.
Provavelmente, não existe em nenhum. tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.
Esbarrando com a vitima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficêneia, mas seguiram de largo, receando complicações.
Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.
Não sabe quem é. Ignora-lhe a procedência.
Não se restringe, porém, à emotividade.
Pára e atende.
Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e o conduz à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma tragar em nome da prudência.
Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado, em porta alheia. Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.
No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente. Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-1he o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.
Ao despedir-se, não prende o beneficiado em nenhuma recomendação e, no abrigo de que se afasta, não estadeia demagogia de palavras ou atitudes, para atrair influência pessoal.
No exercício do bem, ofereceu o coração e as mãos, o tempo e o trabalho, o dinheiro e a responsabilidade. Deu de si o que podia por si, sem nada pedir ou perguntar.
Sentiu e agiu, auxiliou e passou.
Sempre que interessados em aprender a praticar a misericórdia e a caridade, rememoremos o ensinamento do Cristo e façamos nós o mesmo.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 28
Interpretação 4
Para extinguir a cultura do ódio nas áreas do mundo, imaginemos como seria melhor a vida na terra se todos cumpríssemos fielmente o compromisso de reclamar menos.
Quantas vezes nos maltratamos, reciprocamente, tão só por exigir que se realize, de certa forma, aquilo que os outros só conseguem fazer de outra maneira! De atritos mínimos, então partimos para atitudes extremas. Nessas circunstâncias, costumamos recusar atenção e cortesia até mesmo àqueles a quem mais devemos consideração e amor; implantamos a animosidade onde a harmonia reinava antes; instalamos o pessimismo com a formulação de queixa desnecessária ou criamos obstáculos onde as grandes realizações poderiam ter sido tão fáceis. Tudo porque não desistimos de reclamar, - na maioria das ocasiões, - por simples bagatelas.
De modo geral, as reivindicações e desinteligências reportam, mais freqüentemente, entre aqueles que a Sabedoria Divina reuniu com os mais altos objetivos na edificação do bem, seja no círculo doméstico, seja no grupo de serviço ou de ideal. Por isso mesmo, os conflitos e reprovações aparecem quase sempre no mundo, nas faixas de ação a que somos levados para ajudar e compreender. Censuras entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos. De pequenas brechas se desenvolvem os desastres morais que comprometem a vida comunitária desentendimentos, rixas, perturbações e acusações.
Dediquemos à solução do problema as nossas melhores forças, buscando esquecer-nos, de modo a sermos mais úteis aos que nos cercam, e estejamos convencidos de que a segurança e o êxito de quaisquer receitas de progresso e elevação solicitam de nós a justa fidelidade ao programa que a vida estabelece em toda parte, a favor de nós todos: reclamar menos e servir mais.
Segue-me - Emmanuel - 59
Duas portas
13 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
“Larga é a porta da perdição porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal.” - Cap. 18; 5.
Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos de que te nutres, mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a dificuldade é invencível.
Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por toda parte, no entanto...
O pão que consomes é o resumo de numerosas obrigações que começaram no cultivo do solo; a vestimenta que te agasalha é o remate de longas tarefas iniciadas de longe com o preparo do fio; o lar que te acolhe foi argamassado com o suor dos que se uniram ao levantá-lo; a escola que te revela—a cultura guarda a renunciação de quantos se consagram ao ministério do ensino; o livro que te instrui custou a vigília dos que sofreram para fixar, em caracteres humanos, o clarão das idéias nobres; a oficina que te assegura a subsistência encerra o concurso dos seareiros do bem, a favor do progresso; o remédio que te alivia é o produto das atividades conjugadas de muita gente.
Animais que te auxiliam, fontes que te refrigeram, vegetais que te abençoam e objetos que te atendem, submetem-se a constantes adaptações e readaptações para que te possam servir.
Se aspiras, desse modo, à realização do teu alto destino, não desdenhes lutar, a fim de obtê-lo.
Na forja da vida, nada se faz sem trabalho e nada se consegue de bom sem apoio no próprio sacrifício.
Se queres, na sombra do vale, exaltar o tope do monte, basta contemplar-lhe a grandeza, mas se te dispões a comungar-lhe o fulgor solar na beleza do cimo, será preciso usar a cabeça que carregas nos ombros, sentir com a própria alma, mover os pés em que te susténs e agir com as próprias mãos.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 55
14 e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.
“Amados irmãos- aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”
e vereis a Terra em breve transformada em paraíso, onde as almas dos justos virão repousar.Cap. 11, 9.
Freqüentemente, somos defrontados por aqueles que admiram o amor aos semelhantes e que, sem coragem para cortar as raízes do apego si próprios, se afeiçoam às atividades do meio-bem, continuando envolvidos no movimento do mal.
Emprestam valioso concurso a quem administra, mas requisitam favores e privilégios, suscitando dificuldades.
Financiam tarefas beneficentes, distendendo reais beneficentes, no entanto, cobram tributos de gratidão, multiplicando problemas.
Entram em lares sofredores, fazendo-se necessários pelo carinho que demonstram, mas solicitam concessões que ferem, quais rijos golpes.
Oferecem cooperação, preciosa, em socorrendo as aflições alheias, no entanto, exigem atenções especiais, criando constrangimentos.
Alimentam necessitados e põem-lhes cargas nos ombros.
,Acolhem crianças menos felizes, reservando-lhes o jugo da servidão no abrigo familiar.
Elogiam companheiros para que esses mesmos companheiros lhes erijam um trono.
Protegem amigos diligenciando convertê-los em joguetes e escravos.
Não desconhecemos que todo cultivador espera resultados da lavoura a que se dedica e nem ignoramos que semear e colher conforme a plantação, constituem operações matemáticas no mecanismo da Lei.
Examinamos aqui tão-somente a estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da abnegação, entregando-se, porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco moedas, no auxilio aos outros, com a intenção de obter cinco mil.
Efetivamente, o mínimo bem vale por luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos secundários, como no caso da humilde viúva do Evangelho que se destacou, nos ensinamentos do Cristo por haver cedido de si mesma a singela importância de dois vinténs sem qualquer condição.
Precatemo-nos desse modo, contra o sistema do meio-bem, por onde o mal se insinua, envenenando a fonte das boas obras.
Estrada construída pela metade patrocina acidentes.
Víboras penetram em casa, varando brechas.
0 bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos.
É por isso que a Doutrina Espírita nos esclarece que o bem deve ser praticado com absoluto desinteresse e infatigável devotamento, sem que nos seja licito, em se tratando de nossa pessoa, reclamar bem algum.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 29
A árvore e os seus frutos
15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela antiguidade do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, peja utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso
concurso no bem geral.
- "Pelos frutos os conhecereis" - disse o Mestre.
- "Pelas nossas ações seremos conhecidos"
- repetiremos nós.
Fonte Viva - Emmanuel - 7
17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.
“Venho, meus irmãos e meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.” - Cap. XVI, 14.
Muitas vezes, criticamos o dinheiro, malsinando-lhe a existência, no entanto, é lícito observá-lo através da justiça.
O dinheiro não compra a harmonia, contudo, nas mãos da caridade, restaura o equilíbrio do pai de família, onerado em dívidas escabrosas.
Não compra o sol, mas nas mãos da caridade, obtém o cobertor, destinado a aquecer o corpo enregelado dos que tremem de frio.
Não compra a saúde, entretanto, nas mãos da caridade, assegura proteção ao enfermo desamparado.
Não compra a visão, todavia, nas mãos da caridade, oferece óculos aos olhos deficientes do trabalhador de parcos recursos.
Não compra a euforia, contudo, nas mãos da caridade, improvisa a refeição, devida aos companheiros que enlanguescem de tome.
Não compra a luz espiritual, mas, nas mãos da caridade, propaga a página edificante que reajusta o pensamento a tresmalhar-se nas sombras.
Não compra a fé, entretanto, nas mãos da caridade, ergue a esperança, junto de corações tombados em sofrimento e penúria.
Não compra a alegria, no entanto, nas mãos da caridade, garante a consolação para aqueles que choram, suspirando por migalha de reconforto.
Dinheiro em si e por si é moeda seca ou papel insensível que, nas garras da sovinice ou da crueldade é capaz de criar o infortúnio ou acobertar o vício. Mas o dinheiro do trabalho e da honestidade, da paz e da beneficência, que pode ser creditado no banco da consciência tranqüila, toda vez que surja unido ao serviço e à caridade, será sempre bênção de Deus, fazendo prodígios.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 48
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Interpretação 1
O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de auto-análise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antigüidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.
Caminho Verdade e Vida - Emmanuel - 122
Interpretação 2
O Senhor não nos induziu a conhecer o valor da árvore pelas exterioridades ou dificuldades de sua vinculação com a terra.
Não pela configuração morfológica do tronco.
Nem pelo tecido da folhagem.
Nem pelas flores.
Não mandou se lhe pesquisasse os defeitos de apresentação, muitas vezes criados pela fúria das tempestades que o exame posterior dos melhores botânicos não consegue determinar.
Nem recomendou se lhe fixassem as desvantagens causadas pelos insetos que lhe carcomem as energias e que os obreiros do bem saberão extirpar a preço de amor.
Nem exigiu se inventariasse o número dos viajores que lhe espancaram ou quebraram os ramos a fim de se lhe apropriarem dos recursos.
O Mestre apenas anunciou que a árvore será sempre conhecida pelos frutos.
Quando as circunstâncias nos impelirem a julgar ou analisar os irmãos de experiência e caminho esqueçamos as figurações passageiras que repontem no lado externo da vida e recordemos o ensino de Jesus: "Pelos frutos os conhecereis".
Segue-me - Emmanuel - 80
21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
“Será bastante trazer a aparência do Senhor para ser fiel servidor seu? Bastará dizer:
“Sou cristão , para que alguém seja um seguidor de Cristo? Procura os verdadeiros cristãos e as reconhecereis pelas suas obra.” Cap. 18, 16.
Declaras-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria, entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.
Deitas aflitivo olhar para fora e, freqüentemente, cobiças sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas lamentações.
“Se eu contasse com mais saúde...” alegas em tom amargo.
Em corpos enfermos, todavia, há espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.
“Se eu conseguisse um diploma distinto...” afirmas com menosprezo a ti próprio.
Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho às conquistas superiores.
“Se eu tivesse dinheiro..,” - reclamas, triste.
Mas esqueces-te de que é possível socorrer o doente e o próximo, sem acessórios amoedados.
“Se eu mais cultura... asseveras, mostrando verbo desapontado.
E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades, sem começos laborioso e sem ásperas disciplinas.
“Se eu, alcançasse companheiros melhores..” - dizes, subestimando o próprio valor.
Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos -problemas e os parentes complicados, os colaboradores incipientes e os amigos incompletos são motivos
preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior.
Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais quais somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.
Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós.
Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros. Para superar as dificuldades e empeços de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 60
22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23 Então lhes direi claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
A casa sobre a rocha
24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
Interpretação 1
“Todas os que reconhecem a missão de Jesus dizem: “Senhor! Senhori! Mas de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos?” Cap.
18, 9.
No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.
Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou à cabeceira de um doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se.
Não te afirmes, desse modo, inútil ou desprezível.
E, atendendo ao trabalho que o mundo te reservou, não te ausentes da ação, alegando que todos somos iguais e que, por isso mesmo, não adianta fatigar-se alguém
por trazer a nota, em que se particulariza, à sinfonia do Universo.
Sim, todos somos iguais, na condição de criaturas de Deus, e todos nos identificaremos harmoniosamente uns com os outros, no dia da suprema integração com a Infinita Bondade, mas, entre a estaca de partida e o ponto de meta, cada um de nós permanece, em determinado grau evolutivo, com aquisições especificas por fazer, conquanto estejamos sob o critério imparcial das leis eternas, que funcionam em regime de absoluta igualdade para nós todos.
Em cada fase de realização do aprimoramento espiritual, como acontece, em cada setor de construção do progresso físico, preceituam os fundamentos divinos seja concedida a cada servidor a sua própria tarefa.
Isso é fácil de verificar nos planos mais simples da natureza.
Num trato de solo, as expressões climáticas são as mesmas para todas as plantas, contudo, a sarça não oferece laranjas e nem mamoeiro deita cravos.
Na moradia vulgar, o alicerce é uniforme na contextura, mas teto não substitui a parede. e nem a porta desempenha as funções do piso.
Na produção da luz elétrica, a força é idêntica nos condutos diversos, no entanto, o transformador não serve de fio e nem a tomada efetua a obra da lâmpada.
No corpo humano, embora o sangue circule por seiva única de todas as províncias que o constituem, olhos e ouvidos, pés e mãos desenvolvem obrigações diferentes.
Certo, podes incentivar o serviço alheio, como é justo adubar-se a lavoura para que a lavoura produza com segurança, todavia, a obrigação, hoje, é intransferível para cada um, não obstante a possibilidade dessa mesma obrigação alterar-se amanhã.
Realiza, pois, tão bem quanto possível, a tarefa que te cabe e nunca te digas em tarefa excessivamente apagada.
Ainda mesmo para o mais exímio dos astronautas a viagem no firmamento, principia de um passo no chão do mundo e o mais soberbo jequitibá da floresta começou na semente humilde.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 56
Interpretação 2
Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé;
entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.
É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.
Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.
Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.
Pão Nosso - Emmanuel - 9
25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.
28 Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;
29 porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.
1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
Interpretação 1
Decerto observarás, em toda parte, desacordos, desentendimentos, desajustes, discórdias...
Junto do próprio coração, surpreenderás os que parecem residir em regiões morais diferentes. Entes amados desertam da estrada justa, amigos queridos abraçam perigosas experiências.
Como ajudar aos que nos parecem mergulhados no erro?
Censurar é fazer mais distância, desprezá-los será perdê-los.
É imprescindível saibamos socorrê-los, através do bem efetivo e incessante.
Para começar, sintamo-nos na posição deles, a comungar-lhes a luta.
Situemo-nos aos pés dos problemas em que se encontram e atendamos à prestação do serviço silencioso.
Se aparece oportunidade, algo façamos para testemunhar-lhes apreço.
No pensamento, guardemo-los todos em vibrações de entendimento e carinho.
Na palavra, envolvamo-los na benção do verbo nobre.
Na atitude, amparemo-los quanto seja possível.
Em todo e qualquer processo de ação, fortalecê-los para o bem é o nosso dever maior.
À frente, pois, daqueles que se te afiguram desnorteados, estende o coração e as mãos para auxiliar, porque todos estamos no caminho da evolução e, segundo a assertiva do nosso Divino Mestre, "com a medida com que tivermos medido nos hão-de medir a nós".
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 76
Interpretação 2
Viste o companheiro em necessidade e comentaste-lhe a posição...
Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa...
Usufrui conhecimentos superiores e feriu-te a sensibilidade por arrojar-se em terríveis despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem facilmente evitar...
Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas mãos...
Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-lo às alturas e prefere desconhecer as circunstâncias que o favorecem, mergulhando-se na sombra das atitudes negativas...
Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados sublimes, e emaranhou-se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças...
Tudo isso, realmente, podes observar e referir. Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-te de que te não é possível a imediata penetração no campo das causas.
Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito.
Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande as definições.
Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos acidentados.
Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de outro, já podemos auxiliar.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 179
Interpretação 3
A gentileza deve ser examinada, não apenas por chave de ajuste nas relações humanas, mas igualmente em sua função protetora para aqueles que a cultivam.
Não falamos aqui do sorriso de indiferença que paira, indefinido, na face, quando o sentimento está longe de colori-lo.
Reportamo-nos à compreensão e, conseqüentemente, à tolerância e ao respeito com que somos todos chamados à garantia da paz recíproca.
De quando em quando, destaquemos uma faixa de tempo para considerar quantas afeições e oportunidades preciosas temos perdido, unicamente por desatenção pequenina ou pela impaciência de um simples gesto.
Quantas horas gastas com arrependimentos tardios e quantas agressões vibratórias adquiridas à custa de nossas próprias observações, censuras, perguntas e respostas malconduzidas!. . .
O que fizermos a outrem, fará outrem a nós e por nós.
Reflitamos nos temas da autoproteção.
A fim de nutrir-nos ou aquecer-nos, outros não se alimentam e nem se agasalham em nosso lugar e, por mais nos ame, não consegue alguém substituir-nos na medicação de que estejamos necessitados.
Nas questões da alma, igualmente, os reflexos da bondade e as respostas da simpatia hão de ser plantados por nós, se aspiramos à paz em nós.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 47
Interpretação 4
“A caridade o a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e a outra não estiverem no coração, o egoísmo ai sempre imperará. Cabe ao Espiritismo faze-los,
penetrar nele.” Cap. 25, 8.
Sempre que possas, lança um gesto de amor àqueles que se apagam no dia-a-dia, para que te não faltem segurança e conforto.
Vértice não se empina sem base.
Banqueteias-te, selecionando iguarias.
Legiões de pessoas se esfalfam nas tarefas do campo ou nas lides da indústria para que o pão te não falhe.
Resides no lar, onde restauras as forças.
Dezenas de obreiros sofreram duras provas ao levantá-lo.
Materializas o pensamento na página fulgurante que o teu nome chancela.
Multidões de operários atendem ao serviço, para que o papel te obedeça.
Ostentas o cetro da autoridade.
Milhares de companheiros suportam obscuras atividades para que o poder te brilhe nas mãos.
Quanto puderes, como puderes e onde puderes, na pauta da consciência tranqüila, cede algo dos bens que desfrutas, em favor dos companheiros anônimos que te
garantem os bens.
Protege os braços que te alimentam.
Ajuda aos que te sustentam a moradia.
Escreve em auxílio dos que te favorecem a inteligência.
Ampara os ~que te asseguram o bem-estar.
Ninguém consegue ser ou ter isso ou aquilo, sem que alguém lhe apóie os movimentos naquilo ou nisso.
Trabalha a beneficio dos outros, considerando o esforço que os outros realizam por ti.
Não há rio sem fontes, como não existe frente sem retaguarda.
Na terra, o astrônomo que define a luz das estrelas é também constrangido a sustentar-se com os recursos do chão.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 85
3 E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
Interpretação 1
A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.
Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando.
Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da Ignorância e da inexperiência.
É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.
Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.
Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.
Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.
Aproveitemos o irmão de boa-vontade. na plantação do bem, olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida.
Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?
Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo. o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar se desfarão espontaneamente restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio. através da incessante renovação.
Fonte Viva - Emmanuel - 113
Interpretação 2
Habitualmente, guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas.
Exageremos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos...
A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
A beneficio de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha.
Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angustias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.
No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas e infelizes; para ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza.
Aos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para ele, contudo, representava o brilhante entrando nas sombras do preconceito que fugiria à luz do
Pentecoste para veicular-lhe o Evangelho.
Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para ele, porem, era um companheiro mal conduzido que
buscaria em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.
Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Benção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 35
Interpretação 3
Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.
Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns nos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.
Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro:
que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte; que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto;
que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhe; que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum; que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou conduta que espose; que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não dispõe a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral; que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir. . .
Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 52
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
5 Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.
Certo, o cristão sincero nunca se lembrará de transformar um cão em participe do serviço evangélico, mas, de nenhum modo, se reportava Jesus à feição literal da sentença.
O Mestre, em lançando o apelo, buscava preservar amigos e companheiros do futuro contra os perigos da imprevidência.
O Evangelho não é somente um escrínio celestial de sublimes palavras. É também o tesouro de dádivas da Vida Eterna.
Se é reprovável o desperdício de recursos materiais, que não dizer da irresponsabilidade na aplicação das riquezas sagradas?
O aprendiz inquieto na comunicação de dons da fé às criaturas de projeção social, pode ser generoso, mas não deixa de ser imprudente. Porque um homem esteja bem trajado ou possua larga expressão de dinheiro, porque se mostre revestido de autoridade temporária ou se destaque nas posições representativas da luta terrestre, isto não demonstra a habilitação dele para o banquete do Cristo.
Recomendou o Senhor seja o Evangelho pregado a todas as criaturas; entretanto, com semelhante advertência não espera que os seguidores se convertam em demagogos contumazes, e, sim, em mananciais ativos do bem a todos os seres, através de ações e ensinamentos, cada qual na posição que lhe é devida Ninguém se confie à aflição para impor os princípios evangélicos, nesse ou naquele setor da experiência que lhe diga respeito. Muitas vezes, o que parece amor não passa de simples capricho, e, em conseqüência dessa leviandade, é que encontramos verdadeiras maltas de cães avançando em coisas santas.
Vinha de Luz - Emmanuel - 93
Peça, procure, bata
7 Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
Interpretação 1
“Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse Isentado do trabalho da inteligência, seu espírito
teria permanecido na infância, no estado de instinto animal.” - Cap. 25, 3.
Costumamos admirar as personalidades que se galardoam na Terra.
Tribunos vencem inibição e gaguez, em adestramento laborioso, aprimorando adição.
Poetas torturam versos, durante anos, transfigurando-se em estetas perfeitos, ajustando a emoção aos rigores da forma.
Pintores reconstituem os próprios traços, Centenas de vezes, fixando, por fim, os coloridos da natureza.
Atletas despendem tempo indeterminado, manejando bolas e raquetas ou submetendo-se a severos regimes, em matérias de alimentação e disciplina, para se garantirem nos a opulência da evidência.
Todos eles são dignos de apreço, pelas técnicas obtidas, à custa de longo esforço, e todos, conquanto sem intenção, traçam o caminho que se nos indica às vitórias da alma, porquanto existem campeonatos ocultos, sem qualquer aplauso no mundo, embora atenciosamente seguidos da Esfera Espiritual.
Se aspiramos a libertação da impulsividade que nos arrasta aos flagelos da cólera
e da incontinência, é forçoso nos afeiçoemos aos regulamentos interiores.
Tribunos, poetas, pintores e atletas terão lido e ouvido treinadores eméritos, mas, sem a consagração deles mesmos aos exercícios que lhes atribuíram eficiência, não passariam de aspirantes aos títulos que apresentam.
Assim também, no campo do espírito.
Não adquiriremos equilíbrio e entendimento, abnegação e fé, unicamente desejando semelhantes aquisições.
Não ignoramos que, em certos episódios da vida, não remediaremos a dificuldade com atitudes meigas e que surgem lances, na estrada, nos quais o silêncio não é a diretriz ideal; não desconhecermos que, em determinadas circunstâncias, a caridade não deve ser vasada em moldes de frouxidão e que o sentimento não é feito de pedra para resistir, intocável, a todos os aguilhões do desejo...
Entretanto, se aplicarmos em nós as regras em eu a eficácia acreditamos, sofreando impulsos inferiores, cinco, duzentas, oitocentas, duas mil, dez mil ou cinqüenta mil vezes, praticando humildade e paciência, pela obtenção dos pequeninos triunfos do mundo íntimo, que somente nós próprios conseguimos avaliar, conquistaremos o burilamento do espírito, encontrando a palavra certa e a conduta exata, nas mais diversas situais variados problemas.
Tudo é questão de início e o êxito depende da lealdade à consciência, porquanto exclusivamente aqueles que cultivam fidelidade à própria consciência é que se dispõem a prosseguir e perseverar.
Livro da Esperança - Emmanuel - 81
Interpretação 2
Prece é luz.
Serviço é merecimento.
Prece é luz.
Serviço é bênção.
Muitos irmãos rogam o auxílio do Céu trancando, porém, o coração ao auxílio em favor dos companheiros que lhes solicitam apoio e cooperação na Terra.
A evolução, no entanto, em qualquer território da vida, é entretecida em bases de intercâmbio.
O lavrador retém o solo e os elementos da natureza, mas se aspira a alcançar os prodígios da colheita deve plantar.
O artista possui a pedra e os instrumentos com que lhe possa alterar a estrutura, mas se quer a obra-prima há que burilá-la com atenção.
No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do apóstolo Mateus, no Evangelho, diz-nos Jesus: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á".
Em linguagem de todos os tempos isto quer dizer: desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão; empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e tê-loeis à vista; todavia é preciso combater o bom combate, trabalhar, agir e servir para que se vos descerrem os horizontes e as realizações que demandais.
Semelhantes princípios regem as leis da prece.
A oração ampara sempre; no entanto se o interessado em proteção e socorro não lhe prestigia a influência, ajudando-lhe a ação, a benefício dos seus próprios efeitos, de certo que não funciona.
Segue-me - Emmanuel - 78
8 Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
“Desta maneira, serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado
de acordo com o que hajas feito.- - Cap. 25, 3.
Deus auxilia sempre.
Observa, porém, o edifício ainda o mais singelo que se levanta no mundo.
Todos os recursos utilizados procedem fundamentalmente da Bondade Infinita. A inteligência do arquiteto, a força do obreiro, o apoio no solo e os materiais empregados constituem dons da Eterna Sabedoria, contudo, delineamentos da planta, elementos de alvenaria, metais diversos e agentes outros da construção não se expressaram e nem se arregimentaram no serviço a toque mágico.
0 lavrador roga bom tempo a Deus, mas não colhe sem plantar, embora Deus lhe enriqueça as tarefas com os favores do clima.
As leis de Deus protegem a casa, no entanto, se o morador não a protege, as mesmas leis de Deus, com o tempo, transformam-na em ruína, até que apareça alguém
com suficiente compreensão do próprio dever, que se proponha a reconstruí-la e habita-la com respeito e segurança.
Em toda parte, a natureza encarece o Apoio Divino, mas não deixa de recomendar, ainda que sem palavras, o impositivo do Esforço Humano.
A Criação pode ser comparada à imensa propriedade do Criador que a’usufrui com todas as criaturas, em condomínio perfeito, no qual as responsabilidades crescem
com a extensão dos conhecimentos e dos bens obtidos.
Não te digas, dessa forma, sem a obrigação de pensar, estudar, influenciar, programar, agir e fazer.
“Ajuda-te que o Céu te ajudará” - proclama a sabedoria. Isso, no fundo, equivale a dizer que as leis de Deus estão invariavelmente prontas a efetuarem o máximo em nosso favor, entretanto, nada conseguirão realizar por nos, se não dermos de nós pelo menos o mínimo.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 82
9 Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
Um pai terrestre, conquanto as deficiências compreensíveis da condição humana, jamais oferece pedra ao filho que pede pão.
Certamente que, em lhe examinando essa ou aquela solicitação, considerará os imperativos de tempo, circunstância, necessidade ou lugar.
Se o filho é ainda criança, não lhe entrega dinamite para brincar, porque o menino formule a rogativa ensopando-se de lágrimas; se o filho jaz perturbado, não lhe confere a direção da família, pelo fato de recolher-lhe petitórios comoventes; se o filho, por várias vezes, deixou a casa em ruína, por desperdício delituoso, não lhe restituirá, de pronto, o governo dos assuntos domésticos, só pelo motivo de se ver rodeado de súplicas; e, se o filho permanece atrasado no progresso escolar, não lhe autoriza regalos prolongados, unicamente porque lhe ouça enternecedores requerimentos.
Em hipótese alguma, aniquilará as esperanças dos descendentes, mas,no interesse deles próprios, lhe concederá isso ou aquilo, consultando-lhes a conveniência e a segurança, até que se ergam ao nível da madureza, responsabilidade, merecimento e habilitação, suscetíveis de lhes assegurar a liberdade de pedir o que desejem.
Isso acontece aos pais terrenos...
Desse modo, se experimentas desconfiança e inquietação, no ato de orar, simplesmente porque choras e sofres, lembra-te da compaixão e do discernimento que já presidem o lar humano e não descreias da perfeita e infinita misericórdia do Pai Celestial.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 166
10 Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?
12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.
Interpretação 1
A regra áurea recebe citações em todos os países.
Em torno dela gravitam livros, poemas, apelos e sermões preciosos.
Entretanto, raros se lembram do primeiro passo para que se desvele toda a sua grandeza.
Não podemos reclamar a ajuda dos outros. Antes, é justo prestar auxílio.
Não será lícito exigir a desculpa de alguém. Antes, é imperioso saibamos desculpar.
Convidados a compreender, muitos dizem “não posso”, e instados a auxiliar, respondem muitos “ainda não...”
Esquecem-se, porém, de que amanhã serão talvez os necessitados e os réus, carecentes de perdão e socorro. E, muitas vezes, ainda quando não precisem de semelhantes bênçãos para si mesmos, por elas suspirarão em favor dos que mais amem, à face das sombras que lhes devastam a vida.
Se um exemplo pode ser invocado, como bússola, recordemos Jesus.
O Mestre dos mestres faz o bem, despreocupado de considerações, alivia sem paga, acende a esperança sem que os homens lha peçam e perdoa espontaneamente aos que injuriam e apedrejam, sem aguardar-lhes retratação.
Veneremos, assim, a regra áurea e estendamos o espírito de amor de que se toca, divina; contudo, estejamos certos de que ela somente valerá para nós se lhe dermos a aplicação necessária.
O texto do ensinamento é vivo e franco :
“Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também vós a eles.”
Querer o bem é impulso de todos, mas, na prática do estatuto sublime, é forçoso sejamos nós quem' se adiante a fazê-lo.
Palavras de Vida Eterna - Emmanuel - 66
Interpretação 2
Roga a Deus te abençoe, mas concilia-te, cada manhã com todas as criaturas e com todas as coisas, agradecendo-lhes as dádivas ou lições que te ofertam.
Pede saúde, evitando brechas para a doença.
Solicita proteção, amparando os irmãos de experiência cotidiana, dentro dos recursos que se te façam possíveis.
Espera a felicidade, criando a alegria do próximo.
Procura as luzes do saber, distribuindo-as no auxílio aos que te rodeiam.
Busca melhorar o nível de conforto em tua existência material, apoiando os companheiros de Humanidade para que se elevem de condição.
Aguarda tolerância para as falhas possíveis que venhas a cometer; entretanto, esquece igualmente as ofensas de que te faças objeto ou as dificuldades que alguém te imponha.
Requisita a consideração e a simpatia dos semelhantes para que te harmonizes contigo mesmo; todavia, oferece aos outros a consideração e a simpatia de que carecem para que não lhes falhem o equilíbrio e a tranqüilidade.
Suplica o auxílio do Senhor, na sustentação de tua paz; contudo, não sonegues auxílio ao Senhor para que haja sustentação na paz dos outros.
A árvore se alimenta com os recursos do solo, produzindo fruto que não consome.
A lâmpada gasta a força da usina, deitando luz, a benefício de todos, sem enceleirá-la.
Entre a rogativa e a concessão está o proveito.
Afirma-nos o Evangelho que para Deus nada existe impossível, mas decerto que Deus espera que cada um de nós faça o possível a nosso próprio favor.
Ceifa de Luz - Emmanuel - 56
Interpretação 3
“Amar ao próximo como a si mesmo, fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade resume todos os deveres do homem para com o mo,’. - Cap. X1, 4.
Provavelmente, não existe em nenhum. tópico da literatura mundial figura mais expressiva que a do samaritano generoso, apresentada por Jesus para definir a psicologia da caridade.
Esbarrando com a vitima de malfeitores anônimos, semimorta na estrada, passaram dois religiosos, pessoas das mais indicadas para o trato da beneficêneia, mas seguiram de largo, receando complicações.
Entretanto, o samaritano que viajava, vê o infeliz e sente-se tocado de compaixão.
Não sabe quem é. Ignora-lhe a procedência.
Não se restringe, porém, à emotividade.
Pára e atende.
Balsamiza-lhe as feridas que sangram, coloca-o sobre o cavalo e o conduz à uma hospedaria, sem os cálculos que o comodismo costuma tragar em nome da prudência.
Não se limita, no entanto, a despejar o necessitado, em porta alheia. Entra com ele na vivenda e dispensa-lhe cuidados especiais.
No dia imediato, ao partir, não se mostra indiferente. Paga-lhe as contas, abona-o qual se lhe fora um familiar e compromete-se a resgatar-lhe os compromissos posteriores, sem exigir-1he o menor sinal de identidade e sem fixar-lhe tributos de gratidão.
Ao despedir-se, não prende o beneficiado em nenhuma recomendação e, no abrigo de que se afasta, não estadeia demagogia de palavras ou atitudes, para atrair influência pessoal.
No exercício do bem, ofereceu o coração e as mãos, o tempo e o trabalho, o dinheiro e a responsabilidade. Deu de si o que podia por si, sem nada pedir ou perguntar.
Sentiu e agiu, auxiliou e passou.
Sempre que interessados em aprender a praticar a misericórdia e a caridade, rememoremos o ensinamento do Cristo e façamos nós o mesmo.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 28
Interpretação 4
Para extinguir a cultura do ódio nas áreas do mundo, imaginemos como seria melhor a vida na terra se todos cumpríssemos fielmente o compromisso de reclamar menos.
Quantas vezes nos maltratamos, reciprocamente, tão só por exigir que se realize, de certa forma, aquilo que os outros só conseguem fazer de outra maneira! De atritos mínimos, então partimos para atitudes extremas. Nessas circunstâncias, costumamos recusar atenção e cortesia até mesmo àqueles a quem mais devemos consideração e amor; implantamos a animosidade onde a harmonia reinava antes; instalamos o pessimismo com a formulação de queixa desnecessária ou criamos obstáculos onde as grandes realizações poderiam ter sido tão fáceis. Tudo porque não desistimos de reclamar, - na maioria das ocasiões, - por simples bagatelas.
De modo geral, as reivindicações e desinteligências reportam, mais freqüentemente, entre aqueles que a Sabedoria Divina reuniu com os mais altos objetivos na edificação do bem, seja no círculo doméstico, seja no grupo de serviço ou de ideal. Por isso mesmo, os conflitos e reprovações aparecem quase sempre no mundo, nas faixas de ação a que somos levados para ajudar e compreender. Censuras entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e amigos. De pequenas brechas se desenvolvem os desastres morais que comprometem a vida comunitária desentendimentos, rixas, perturbações e acusações.
Dediquemos à solução do problema as nossas melhores forças, buscando esquecer-nos, de modo a sermos mais úteis aos que nos cercam, e estejamos convencidos de que a segurança e o êxito de quaisquer receitas de progresso e elevação solicitam de nós a justa fidelidade ao programa que a vida estabelece em toda parte, a favor de nós todos: reclamar menos e servir mais.
Segue-me - Emmanuel - 59
Duas portas
13 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
“Larga é a porta da perdição porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal.” - Cap. 18; 5.
Trazes contigo a flama do ideal superior e anelas concretizar os grandes sonhos de que te nutres, mas, diante da realidade terrestre, costumas dizer que a dificuldade é invencível.
Afirmas haver encontrado incompreensões e revezes, entraves e dissabores, por toda parte, no entanto...
O pão que consomes é o resumo de numerosas obrigações que começaram no cultivo do solo; a vestimenta que te agasalha é o remate de longas tarefas iniciadas de longe com o preparo do fio; o lar que te acolhe foi argamassado com o suor dos que se uniram ao levantá-lo; a escola que te revela—a cultura guarda a renunciação de quantos se consagram ao ministério do ensino; o livro que te instrui custou a vigília dos que sofreram para fixar, em caracteres humanos, o clarão das idéias nobres; a oficina que te assegura a subsistência encerra o concurso dos seareiros do bem, a favor do progresso; o remédio que te alivia é o produto das atividades conjugadas de muita gente.
Animais que te auxiliam, fontes que te refrigeram, vegetais que te abençoam e objetos que te atendem, submetem-se a constantes adaptações e readaptações para que te possam servir.
Se aspiras, desse modo, à realização do teu alto destino, não desdenhes lutar, a fim de obtê-lo.
Na forja da vida, nada se faz sem trabalho e nada se consegue de bom sem apoio no próprio sacrifício.
Se queres, na sombra do vale, exaltar o tope do monte, basta contemplar-lhe a grandeza, mas se te dispões a comungar-lhe o fulgor solar na beleza do cimo, será preciso usar a cabeça que carregas nos ombros, sentir com a própria alma, mover os pés em que te susténs e agir com as próprias mãos.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 55
14 e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.
“Amados irmãos- aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”
e vereis a Terra em breve transformada em paraíso, onde as almas dos justos virão repousar.Cap. 11, 9.
Freqüentemente, somos defrontados por aqueles que admiram o amor aos semelhantes e que, sem coragem para cortar as raízes do apego si próprios, se afeiçoam às atividades do meio-bem, continuando envolvidos no movimento do mal.
Emprestam valioso concurso a quem administra, mas requisitam favores e privilégios, suscitando dificuldades.
Financiam tarefas beneficentes, distendendo reais beneficentes, no entanto, cobram tributos de gratidão, multiplicando problemas.
Entram em lares sofredores, fazendo-se necessários pelo carinho que demonstram, mas solicitam concessões que ferem, quais rijos golpes.
Oferecem cooperação, preciosa, em socorrendo as aflições alheias, no entanto, exigem atenções especiais, criando constrangimentos.
Alimentam necessitados e põem-lhes cargas nos ombros.
,Acolhem crianças menos felizes, reservando-lhes o jugo da servidão no abrigo familiar.
Elogiam companheiros para que esses mesmos companheiros lhes erijam um trono.
Protegem amigos diligenciando convertê-los em joguetes e escravos.
Não desconhecemos que todo cultivador espera resultados da lavoura a que se dedica e nem ignoramos que semear e colher conforme a plantação, constituem operações matemáticas no mecanismo da Lei.
Examinamos aqui tão-somente a estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da abnegação, entregando-se, porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco moedas, no auxilio aos outros, com a intenção de obter cinco mil.
Efetivamente, o mínimo bem vale por luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos secundários, como no caso da humilde viúva do Evangelho que se destacou, nos ensinamentos do Cristo por haver cedido de si mesma a singela importância de dois vinténs sem qualquer condição.
Precatemo-nos desse modo, contra o sistema do meio-bem, por onde o mal se insinua, envenenando a fonte das boas obras.
Estrada construída pela metade patrocina acidentes.
Víboras penetram em casa, varando brechas.
0 bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos.
É por isso que a Doutrina Espírita nos esclarece que o bem deve ser praticado com absoluto desinteresse e infatigável devotamento, sem que nos seja licito, em se tratando de nossa pessoa, reclamar bem algum.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 29
A árvore e os seus frutos
15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela antiguidade do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, peja utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso
concurso no bem geral.
- "Pelos frutos os conhecereis" - disse o Mestre.
- "Pelas nossas ações seremos conhecidos"
- repetiremos nós.
Fonte Viva - Emmanuel - 7
17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.
“Venho, meus irmãos e meus amigos, trazer-vos o meu óbolo, a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente, pela senda do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível a regeneração.” - Cap. XVI, 14.
Muitas vezes, criticamos o dinheiro, malsinando-lhe a existência, no entanto, é lícito observá-lo através da justiça.
O dinheiro não compra a harmonia, contudo, nas mãos da caridade, restaura o equilíbrio do pai de família, onerado em dívidas escabrosas.
Não compra o sol, mas nas mãos da caridade, obtém o cobertor, destinado a aquecer o corpo enregelado dos que tremem de frio.
Não compra a saúde, entretanto, nas mãos da caridade, assegura proteção ao enfermo desamparado.
Não compra a visão, todavia, nas mãos da caridade, oferece óculos aos olhos deficientes do trabalhador de parcos recursos.
Não compra a euforia, contudo, nas mãos da caridade, improvisa a refeição, devida aos companheiros que enlanguescem de tome.
Não compra a luz espiritual, mas, nas mãos da caridade, propaga a página edificante que reajusta o pensamento a tresmalhar-se nas sombras.
Não compra a fé, entretanto, nas mãos da caridade, ergue a esperança, junto de corações tombados em sofrimento e penúria.
Não compra a alegria, no entanto, nas mãos da caridade, garante a consolação para aqueles que choram, suspirando por migalha de reconforto.
Dinheiro em si e por si é moeda seca ou papel insensível que, nas garras da sovinice ou da crueldade é capaz de criar o infortúnio ou acobertar o vício. Mas o dinheiro do trabalho e da honestidade, da paz e da beneficência, que pode ser creditado no banco da consciência tranqüila, toda vez que surja unido ao serviço e à caridade, será sempre bênção de Deus, fazendo prodígios.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 48
18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Interpretação 1
O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de auto-análise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antigüidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.
Caminho Verdade e Vida - Emmanuel - 122
Interpretação 2
O Senhor não nos induziu a conhecer o valor da árvore pelas exterioridades ou dificuldades de sua vinculação com a terra.
Não pela configuração morfológica do tronco.
Nem pelo tecido da folhagem.
Nem pelas flores.
Não mandou se lhe pesquisasse os defeitos de apresentação, muitas vezes criados pela fúria das tempestades que o exame posterior dos melhores botânicos não consegue determinar.
Nem recomendou se lhe fixassem as desvantagens causadas pelos insetos que lhe carcomem as energias e que os obreiros do bem saberão extirpar a preço de amor.
Nem exigiu se inventariasse o número dos viajores que lhe espancaram ou quebraram os ramos a fim de se lhe apropriarem dos recursos.
O Mestre apenas anunciou que a árvore será sempre conhecida pelos frutos.
Quando as circunstâncias nos impelirem a julgar ou analisar os irmãos de experiência e caminho esqueçamos as figurações passageiras que repontem no lado externo da vida e recordemos o ensino de Jesus: "Pelos frutos os conhecereis".
Segue-me - Emmanuel - 80
21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
“Será bastante trazer a aparência do Senhor para ser fiel servidor seu? Bastará dizer:
“Sou cristão , para que alguém seja um seguidor de Cristo? Procura os verdadeiros cristãos e as reconhecereis pelas suas obra.” Cap. 18, 16.
Declaras-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria, entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.
Deitas aflitivo olhar para fora e, freqüentemente, cobiças sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas lamentações.
“Se eu contasse com mais saúde...” alegas em tom amargo.
Em corpos enfermos, todavia, há espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.
“Se eu conseguisse um diploma distinto...” afirmas com menosprezo a ti próprio.
Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho às conquistas superiores.
“Se eu tivesse dinheiro..,” - reclamas, triste.
Mas esqueces-te de que é possível socorrer o doente e o próximo, sem acessórios amoedados.
“Se eu mais cultura... asseveras, mostrando verbo desapontado.
E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades, sem começos laborioso e sem ásperas disciplinas.
“Se eu, alcançasse companheiros melhores..” - dizes, subestimando o próprio valor.
Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos -problemas e os parentes complicados, os colaboradores incipientes e os amigos incompletos são motivos
preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior.
Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais quais somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.
Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós.
Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros. Para superar as dificuldades e empeços de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 60
22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
23 Então lhes direi claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
A casa sobre a rocha
24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
Interpretação 1
“Todas os que reconhecem a missão de Jesus dizem: “Senhor! Senhori! Mas de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos?” Cap.
18, 9.
No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias.
Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou à cabeceira de um doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se.
Não te afirmes, desse modo, inútil ou desprezível.
E, atendendo ao trabalho que o mundo te reservou, não te ausentes da ação, alegando que todos somos iguais e que, por isso mesmo, não adianta fatigar-se alguém
por trazer a nota, em que se particulariza, à sinfonia do Universo.
Sim, todos somos iguais, na condição de criaturas de Deus, e todos nos identificaremos harmoniosamente uns com os outros, no dia da suprema integração com a Infinita Bondade, mas, entre a estaca de partida e o ponto de meta, cada um de nós permanece, em determinado grau evolutivo, com aquisições especificas por fazer, conquanto estejamos sob o critério imparcial das leis eternas, que funcionam em regime de absoluta igualdade para nós todos.
Em cada fase de realização do aprimoramento espiritual, como acontece, em cada setor de construção do progresso físico, preceituam os fundamentos divinos seja concedida a cada servidor a sua própria tarefa.
Isso é fácil de verificar nos planos mais simples da natureza.
Num trato de solo, as expressões climáticas são as mesmas para todas as plantas, contudo, a sarça não oferece laranjas e nem mamoeiro deita cravos.
Na moradia vulgar, o alicerce é uniforme na contextura, mas teto não substitui a parede. e nem a porta desempenha as funções do piso.
Na produção da luz elétrica, a força é idêntica nos condutos diversos, no entanto, o transformador não serve de fio e nem a tomada efetua a obra da lâmpada.
No corpo humano, embora o sangue circule por seiva única de todas as províncias que o constituem, olhos e ouvidos, pés e mãos desenvolvem obrigações diferentes.
Certo, podes incentivar o serviço alheio, como é justo adubar-se a lavoura para que a lavoura produza com segurança, todavia, a obrigação, hoje, é intransferível para cada um, não obstante a possibilidade dessa mesma obrigação alterar-se amanhã.
Realiza, pois, tão bem quanto possível, a tarefa que te cabe e nunca te digas em tarefa excessivamente apagada.
Ainda mesmo para o mais exímio dos astronautas a viagem no firmamento, principia de um passo no chão do mundo e o mais soberbo jequitibá da floresta começou na semente humilde.
O Livro da Esperança - Emmanuel - 56
Interpretação 2
Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé;
entretanto, isso somente aconteceu, quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.
É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.
Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem, longe das bases cristãs imprescindíveis.
Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.
Pão Nosso - Emmanuel - 9
25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.
28 Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;
29 porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.